FACE A FACE COM O TERROR DOENTIO

Nenê Altro (Sick Terror)
O Sick Terror surgiu no ano 2000 fazendo um som rápido e violento. Gravaram seu primeiro álbum intitulado "Peste Católica", onde atiraram farpas ao Papa, aos crentes, ao sistema e aos políticos. A banda já excursionou por todo o país e é formada por Marcelo (g), Fábio (b), Pingo (d) e Nenê Altro (v), com quem nós conversamos


Como você define o som do Sick Terror?
Sick Terror é uma banda que começou no ano passado, a gente estava querendo fazer uma banda punk toscona, rápida, influenciado pelas coisas que a gente escutava tipo Heresy, Electro Hippies, Extreme Noise Terror, fazer um raw core bem toscão.

Dez músicas em menos de treze minutos. Queriam bater algum recorde?
(risos) É influência do tipo de som que a gente escuta... estamos pensando em gravar no ano que vem um álbum do tipo Sore Throat, quarenta músicas em vinte minutos...

Como foi a tour de divulgação do CD?
Foi legal, lançamos 1.500 cópias pela Brigada do Ódio que praticamente esgotaram, conseguimos uma prensagem em vinil na Alemanha em 7" EP, na Argentina, vai sair nos EUA, no Canadá e em alguns outros lugares que a gente está ajeitando algumas coisas.

E como esta a cena punk/hc no país?
Não sei porque a gente tem muito amigo nesse meio hard core e punk, só que a gente não faz parte da cena, somos amigos de todo mundo e em cada lugar conhecemos várias bandas, mas não nos envolvemos muito. A gente só quer fazer o nosso som e passar nossa mensagem se alguém se interessar em ouvir.

O que é ser punk para você?
Para mim ser punk é ser o que eu sou. Desde de que eu me tornei punk foi uma coisa que se adaptou ao jeito que eu pensava do mundo. Não tem como eu dizer que não sou punk porque faz parte do meu jeito de ser.

Qual a emoção de ter aberto o show de Exploited em São Paulo no Hangar 110?
Sei lá, foi um show como outro qualquer. Perguntaram se a gente queria tocar e dissemos que tudo bem. Até gostamos do som da banda, mas acho que já passou minha fase de ficar ouvindo Exploited. É legal, só que é uma banda com quem nós não nos identificamos em nada, foi um som que eu escutei quando era pivete, e só. Inclusive não gostei muito do show deles, achei os caras muito homofóbicos.

Em alguns shows você usou uma camiseta com os dizeres "Eu sou o Anti-Cristo". Por quê?
É uma coisa pessoal, foi por zoeira mesmo. Eu sou ateu, e o que me incomoda muito é esse tipo de religiosidade moralista que existe dentro da própria cena hard core/punk e as vezes as pessoas tem medo da contestação e por causa de alguns valores essas pessoas acabam tomando uma postura direitista que não tem nada haver com o meio. Mas a idéia de usar a camiseta é chocar.

Qual sua opinião sobre as bandas políticas e sobre as bandas "for fun"?
Tudo é válido desde que a pessoa esteja satisfeita. Eu já fui muito radical no passado. Eu acreditava que todo mundo tinha que ser político, que tinha que fazer isso ou aquilo, hoje em dia eu acho que ninguém tem que fazer nada, todo mundo tem que fazer só o que tem vontade, porque a vida é curta e a gente só vive uma vez.

Considerações finais
Aguardem novo material do Sick Terror, nesses próximos meses vamos estar meio parados pois pretendo sair em turnê com o retorno da minha antiga banda o Dance of Days, mas o Sick Terror vai estar gravando coisa nova e ainda tocando por aí, alguns shows que vão rolar até o lançamento do próximo CD.

* por Eduardo de Souza 

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