Do espelho, ao contrário
Houve um tempo em que a música sobrepujava os valores vigentes e se lançava além das fronteiras culturais e geográficas através das ondas do rádio. Nesse longínquo período era possível que feiosos, porém competentes músicos, fossem aclamados graças à seu talento. Nos dias de hoje quem seria capaz de apostar no sucesso de uma banda de operários ensebados como o Black Sabbath? E o que dizer dos encardidos jovens do Pink Floyd? E o Rush? A regra era simples, bastava não colocar a foto da banda nas capas dos discos e tudo bem.
Quando a MTV surgiu em 1983 a música morreu. Michael Jackson e Madonna deram início à Era da Imagem. As coreografias elaboradas e o sex appeal agregaram mais um valor à música: a estética.
Por volta de 1990 o culto à beleza chegou ao limite do absurdo com Milli Vanilli, dois lindos modelos negros semi-nus com cabelos trançados até a cintura dublavam as vozes de um grupo não tão bonito assim. Se deu certo? Ora, eles ganharam até um Grammy. Foi aí que a vaidade desmascarou a farsa, os feiosos quiseram para si o mérito da conquista, e, após o escândalo, ninguém nunca mais ouviu falar em nenhum deles. Por favor, deixe a hipocrisia de lado responda sinceramente: você investiria seu dinheiro num gordão talentoso ou num bonitão meia-boca?
Bonitos ou feios, minha tendência é perdoar os compositores. Eu respeito Michael Jackson e Madonna pois eles escrevem suas músicas, ao contrário de Mariah Carey, por exemplo. Cristina Aguilera também compõe, em uma de suas músicas, 'Beautiful', sua voz desfila em um belíssimo vídeo clipe onde anoréxicos, gigantes, gays, idosos e feiosos em geral surgem sobre a letra que repete "You're beautiful, No matter what they say". Para Cristina é fácil dizer: ela é bonita e gostosa.
O importante é ser você, mesmo que seja bizarro.
Pitty é a maior compositora do rock brasileiro depois de Rita Lee. Além da grande capacidade de compor e da presença insana de palco, Pitty tem a sorte de ser uma mulher muito atraente. Eu me pergunto: e se ela fosse vinte quilos mais gorda, teria o mesmo reconhecimento? Bizarro, sim. Acima do peso, nunca.
Infelizmente hoje em dia é assim, não basta talento, é preciso uma boa edição e a ajuda da genética para alcançar êxito num mundo que exige tamanha exposição. Mesmo nos mais entrincheirados estilos musicais as tietes sempre encontrarão um bonitinho, um inteligente, um sensível... (estranhamente nenhum deles é obeso ou anão). O rock cujo parto se deu na imoralidade tem no seu vértice o desejo inconsciente por transgressão e genitálias. Senhoras e senhores, Freud estava certo, tudo é sexo.
* por Eduardo de Souza
Quando a MTV surgiu em 1983 a música morreu. Michael Jackson e Madonna deram início à Era da Imagem. As coreografias elaboradas e o sex appeal agregaram mais um valor à música: a estética.
Por volta de 1990 o culto à beleza chegou ao limite do absurdo com Milli Vanilli, dois lindos modelos negros semi-nus com cabelos trançados até a cintura dublavam as vozes de um grupo não tão bonito assim. Se deu certo? Ora, eles ganharam até um Grammy. Foi aí que a vaidade desmascarou a farsa, os feiosos quiseram para si o mérito da conquista, e, após o escândalo, ninguém nunca mais ouviu falar em nenhum deles. Por favor, deixe a hipocrisia de lado responda sinceramente: você investiria seu dinheiro num gordão talentoso ou num bonitão meia-boca?
Bonitos ou feios, minha tendência é perdoar os compositores. Eu respeito Michael Jackson e Madonna pois eles escrevem suas músicas, ao contrário de Mariah Carey, por exemplo. Cristina Aguilera também compõe, em uma de suas músicas, 'Beautiful', sua voz desfila em um belíssimo vídeo clipe onde anoréxicos, gigantes, gays, idosos e feiosos em geral surgem sobre a letra que repete "You're beautiful, No matter what they say". Para Cristina é fácil dizer: ela é bonita e gostosa.
O importante é ser você, mesmo que seja bizarro.
Pitty é a maior compositora do rock brasileiro depois de Rita Lee. Além da grande capacidade de compor e da presença insana de palco, Pitty tem a sorte de ser uma mulher muito atraente. Eu me pergunto: e se ela fosse vinte quilos mais gorda, teria o mesmo reconhecimento? Bizarro, sim. Acima do peso, nunca.
Infelizmente hoje em dia é assim, não basta talento, é preciso uma boa edição e a ajuda da genética para alcançar êxito num mundo que exige tamanha exposição. Mesmo nos mais entrincheirados estilos musicais as tietes sempre encontrarão um bonitinho, um inteligente, um sensível... (estranhamente nenhum deles é obeso ou anão). O rock cujo parto se deu na imoralidade tem no seu vértice o desejo inconsciente por transgressão e genitálias. Senhoras e senhores, Freud estava certo, tudo é sexo.
* por Eduardo de Souza
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