O ensaio da revolução
Acesse o site, baixe o novo álbum do seu artista preferido e pague quanto quiser.
O autor dessa proposta foi nada mais, nada menos que o Radiohead. Sem contrato com gravadora, o grupo britânico ousou e lançou em outubro passado 'In Rainbows' pelo site oficial da banda na internet, algo que nenhum outro grande artista havia feito até então.
O vocalista Thom Yorke, em entrevista à revista Wired, minimizou a proeza, ele declarou: "Não se trata de modelo para nada, foi simplesmente a resposta para uma situação. Não tínhamos contrato. Temos nosso próprio estúdio. Temos este novo servidor. Que diabos mais poderíamos fazer?"
No total foram 1,2 milhões de downloads. O valor desembolsado voluntariamente pelo disco foi de 1,55 euros em média, sendo que 62% de usuários nada pagaram, Quando considerado apenas os 38% pagantes (cerca de 456 mil pessoas do mundo inteiro), o custo individual ficou em 4,13 euros. A experiência durou de 01 a 29 de outubro de 2007, e segundo especialistas, a banda teve com essa brincadeira, um lucro líquido de 1,88 milhões de euros. 'In Rainbows' também caiu na graça da crítica, mesmo sendo distribuído apenas virtualmente, foi eleito o disco do ano pela revista Billboard.
Além da música, programas de TV ganham cada vez mais espaço na internet: seriados como Heroes e Lost estão entre os campeões de download. Sites como o Youtube estão cada vez mais populares. O entretenimento caminha para o intangível.
Satisfeitos ou não com o resultado financeiro da empreitada, o Radiohead deu um passo inequívoco para a extinção do CD e da venda de música como conhecemos. Talvez tenha sido um passo maior do que eles mesmos esperavam, um daqueles passos que nunca se sabe exatamente onde vai chegar. Isso me faz pensar que preciso ouvir mais Radiohead, começando com 'OK Computer', segundo a imprensa britânica, o melhor disco de todos os tempos.Vou fazer o download do disco na internet. De graça, é claro.
( Só para constar: o Tom Yorke é a cara do Ben, personagem do LOST, não? )
* por Eduardo de Souza
* por Eduardo de Souza
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