CANALHAS SIM, MAS COM MUITO RESPEITO!
Fábio Levatti (Canalhas Ordinários)
Os Canalhas Ordinários surgiram em São Paulo como milhares de bandas de rock, tocando covers nos bares da cidade. Depois de uma separação os quatro amigos se reencontraram e decidiram aliar aos covers, suas próprias composições. Vieram shows, festivais, rádios e TV. O resultado foi o lançamento do primeiro CD pela Eldorado. A banda é formada por Eric Castro (v/k), Ricardo Blane (b), Daniel de Souza (d) e Fábio Levatti (g), com quem falamos agora.
Por que Canalhas Ordinários?
Eu era o guitarrista de uma banda chamada The Scandrals and the Bad Girls ( tradução livre: Os Canalhas e as Garotas Más) quando ela terminou, eu e o Cristian que também tocava nela decidimos montar uma banda e a batizamos como Canalhas, em português, e para chutar o balde colocamos Canalhas Ordinários, por que a princípio as letras iam seguir essa linha de humor, letras machistas e etc. Com o tempo vimos que não ia ser uma coisa legal. O nome pegou, só que a idéia da gente foi mudando.
Vocês não tem medo de serem rotulados como uma banda engraçada por causa do nome?
Temos, mas como muita gente já conhece o nosso trabalho por esse nome, não estamos dispostos a mudar. Chegaram a comparar nossa banda com o Mamonas Assassinas sem antes sequer ter ouvido uma música da gente.
Como você classifica o som da banda?
Rock n´roll nacional, que não tem medo de falar nada: política, amor, sexo...
O quanto tocar na noite influenciou a música de vocês?
Influenciou muito, pois para tocar na noite precisamos tocar covers e rola a opinião de todos, cada um quer tirar uma música, e no show tem aquela química toda. E os covers nos ajudaram a ter um referencial, um entrosamento, para cada um sentir o que o outro pensa musicalmente, tocar covers é uma escola. Na hora de tocar sua música, você esta afiado.
Vocês foram a primeira banda independente a tocar no Musikaos da TV Cultura, no programa de estréia, como foi?
Foi bem legal, pena que como foi o primeiro programa, eles ainda não estavam bem organizados, o som não ficou muito bom. Mas os caras, o Gastão e o Clemente foram gente finíssimas, trataram a gente super bem apesar da correria... eles tinham que cuidar do Lobão, do Sheik Tosado e do Tom Zé que eram as estrelas principais. Foi o primeiro programa grande de TV que a gente fez, ficamos super ansiosos, aquela coisa toda. É um programa que não deveria acabar nunca, praticamente todos os outros programas são jabá.
Como tem sido a aceitação do CD?
Quem trabalha com música e ouve o disco percebe que foi um trabalho gravado na correria, faltou um pouco de atenção do nosso produtor e por causa da nossa inexperiência não deu para pesquisar tudo que a gente deveria ter pesquisado. Mas quanto as músicas, o pessoal tem gostado bastante, fora "Donde está Lalau?".
Faça um resumo do caso "Donde está Lalau?" ...
Foi oportunismo. Nosso produtor usou a gente, ele teve a sacada de fazer essa música. Estávamos gravando no estúdio dele e ele fez a gente gravar "Donde está Lalau?", ofereceu mil vantagens caso desse certo e disse que seria um trampolim para a gente aparecer, e acabou virando contra - essa musica não se caracteriza com o nosso trabalho. E como ainda somos uma banda nova e não tínhamos tanta força prevaleceu a opinião dele. Mas essa música vai sair do disco, a próxima prensagem vai começar em abril, sem essa faixa.
Como você vê o underground?
As bandas novas como a gente, bandas que estão na luta, não podem parar nunca. Tem que fazer, batalhar, se esforçar, assim como o próprio zine de vocês, porque cada um que mexe uma palhinha já é uma coisa a mais para o rock underground, esse segmento é muito forte. Por isso o rock nunca vai acabar, o Canalhas nunca vai deixar de fazer rock n´roll.
Considerações finais.
Dane-se que vão aparecer produtores sacanas, que vai aparecer jabá em rádio e TV, por outro lado sempre vão existir programas como o Musikaos, o Superpop o Calçadão que nos acolheram, sempre vão existir fanzines como a ROCKER, que vão estar divulgando as bandas de rock. Uma banda tem que estar disposta a tudo porque infelizmente esse é um mundo de rato. No mundo musical, quem tá dentro sabe, só tem rato!
* por Eduardo de Souza
Os Canalhas Ordinários surgiram em São Paulo como milhares de bandas de rock, tocando covers nos bares da cidade. Depois de uma separação os quatro amigos se reencontraram e decidiram aliar aos covers, suas próprias composições. Vieram shows, festivais, rádios e TV. O resultado foi o lançamento do primeiro CD pela Eldorado. A banda é formada por Eric Castro (v/k), Ricardo Blane (b), Daniel de Souza (d) e Fábio Levatti (g), com quem falamos agora.
Por que Canalhas Ordinários?
Eu era o guitarrista de uma banda chamada The Scandrals and the Bad Girls ( tradução livre: Os Canalhas e as Garotas Más) quando ela terminou, eu e o Cristian que também tocava nela decidimos montar uma banda e a batizamos como Canalhas, em português, e para chutar o balde colocamos Canalhas Ordinários, por que a princípio as letras iam seguir essa linha de humor, letras machistas e etc. Com o tempo vimos que não ia ser uma coisa legal. O nome pegou, só que a idéia da gente foi mudando.
Vocês não tem medo de serem rotulados como uma banda engraçada por causa do nome?
Temos, mas como muita gente já conhece o nosso trabalho por esse nome, não estamos dispostos a mudar. Chegaram a comparar nossa banda com o Mamonas Assassinas sem antes sequer ter ouvido uma música da gente.
Como você classifica o som da banda?
Rock n´roll nacional, que não tem medo de falar nada: política, amor, sexo...
O quanto tocar na noite influenciou a música de vocês?
Influenciou muito, pois para tocar na noite precisamos tocar covers e rola a opinião de todos, cada um quer tirar uma música, e no show tem aquela química toda. E os covers nos ajudaram a ter um referencial, um entrosamento, para cada um sentir o que o outro pensa musicalmente, tocar covers é uma escola. Na hora de tocar sua música, você esta afiado.
Vocês foram a primeira banda independente a tocar no Musikaos da TV Cultura, no programa de estréia, como foi?
Foi bem legal, pena que como foi o primeiro programa, eles ainda não estavam bem organizados, o som não ficou muito bom. Mas os caras, o Gastão e o Clemente foram gente finíssimas, trataram a gente super bem apesar da correria... eles tinham que cuidar do Lobão, do Sheik Tosado e do Tom Zé que eram as estrelas principais. Foi o primeiro programa grande de TV que a gente fez, ficamos super ansiosos, aquela coisa toda. É um programa que não deveria acabar nunca, praticamente todos os outros programas são jabá.
Como tem sido a aceitação do CD?
Quem trabalha com música e ouve o disco percebe que foi um trabalho gravado na correria, faltou um pouco de atenção do nosso produtor e por causa da nossa inexperiência não deu para pesquisar tudo que a gente deveria ter pesquisado. Mas quanto as músicas, o pessoal tem gostado bastante, fora "Donde está Lalau?".
Faça um resumo do caso "Donde está Lalau?" ...
Foi oportunismo. Nosso produtor usou a gente, ele teve a sacada de fazer essa música. Estávamos gravando no estúdio dele e ele fez a gente gravar "Donde está Lalau?", ofereceu mil vantagens caso desse certo e disse que seria um trampolim para a gente aparecer, e acabou virando contra - essa musica não se caracteriza com o nosso trabalho. E como ainda somos uma banda nova e não tínhamos tanta força prevaleceu a opinião dele. Mas essa música vai sair do disco, a próxima prensagem vai começar em abril, sem essa faixa.
Como você vê o underground?
As bandas novas como a gente, bandas que estão na luta, não podem parar nunca. Tem que fazer, batalhar, se esforçar, assim como o próprio zine de vocês, porque cada um que mexe uma palhinha já é uma coisa a mais para o rock underground, esse segmento é muito forte. Por isso o rock nunca vai acabar, o Canalhas nunca vai deixar de fazer rock n´roll.
Considerações finais.
Dane-se que vão aparecer produtores sacanas, que vai aparecer jabá em rádio e TV, por outro lado sempre vão existir programas como o Musikaos, o Superpop o Calçadão que nos acolheram, sempre vão existir fanzines como a ROCKER, que vão estar divulgando as bandas de rock. Uma banda tem que estar disposta a tudo porque infelizmente esse é um mundo de rato. No mundo musical, quem tá dentro sabe, só tem rato!
* por Eduardo de Souza
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