ROCK, CARANGAS, BARANGAS E DIVERSÃO

Paulão (Baranga)
 Baranga é uma verdadeira banda de rock n' roll. Admite que não está afim de inovar, e o que eles querem é se divertir e levar diversão a todos. A banda é formada por Xande (g/v), Deca (g), Ricardo "Soneca" (b) e pelo lendário baterista Paulão (ex-Centurias, Firebox, Cheap Tequila e etc...), é com ele que vamos conversar. 

Defina o significado de Baranga.
Na verdade o nome da banda era para ser Caranga, então decidimos mudar para Baranga, que parece com Caranga e é mulher também: uma mulher feia legal, mulher que não é legal mais é bonita. Também foi por diversão, o que é a cara do nosso som.

E as letras? Qual a inspiração?
Uma coisa original que ninguém fez até hoje, que é mulher, cerveja e rock n´roll (risos). Coisa que nunca ninguém fez e ninguém gosta. Aliás, até as mulheres estão gostando hoje em dia, não só os homens.

Vocês não temem serem considerados machistas?
Recebemos umas críticas assim, mas a gente curte esse estilo. Começamos a banda desse jeito e estamos levando. Agora estamos compondo músicas com outros temas, como carros. Nossa música mais nova chama Maverick... Levamos isso na brincadeira. Não nos consideramos machistas.

Quais são as influências da banda?
Chuck Berry e Angus Young e as bandas brasileiras da década de 70: Made in Brazil, Patrulha do Espaço e Tutti Fruti. As bandas de hoje que a gente curte são Velhas Virgens e Caça Níqueis.

E o som de hoje em dia, tipo Charlie Brown, Raimundos... 
Assim como na década de 80 tinha o Titãs, o Barão, as bandas de hoje estão no tempo deles, as coisas estão mais misturadas, com o rap e o funk, nada contra, mas não é o que gostamos de fazer. Por isso que estamos tocando rock n´roll mesmo. Hoje em dia, ninguém mais faz esse tipo de som. Não misturamos nada, assumimos que copiamos Chuck Berry, não queremos inovar. Muita gente fica dizendo: "ah, nosso som não parece com nada" é mentira. O Baranga parece AC/DC, parece Status Quo, parece Made in Brazil e é de propósito, não temos vergonha de dizer isso.

Vocês buscam um som mais básico. Qual sua opinião sobre instrumentos sintetizados?
Eu não curto, acho meio frio. Como baterista sou bem egoísta, já tentei tocar com percussão mas acho que sozinho já faço muito barulho. Gosto de baixo e guitarra, cada um no seu timbre e vamos embora! Quando estou no palco o que eu gosto de ouvir é Marshall, Fender e Gibson.... fora a bateria que eu toco.

Você tocou em diversas bandas. O que mudou no cenário e no público?
Nos anos 80 era raro show internacional, principalmente antes do Rock in Rio. As bandas nacionais tocavam mais em teatros. Com as bandas estrangeiras vindo para cá a coisa foi se profissionalizando. Melhorou a informação, os músicos melhoraram. Naquela época para aprender a tocar legal demorava uns três anos, hoje em dia a molecada com um mês já tá tocando, a mudança da mídia, tecnologia, escolas... isso ajudou. O pessoal toca melhor hoje.

Como é viver de música no Brasil?
A pergunta certa é como é morrer de música no Brasil, a resposta é fácil: é só tocar rock. Cada um tem que ter uma atividade paralela, ou o cara dá aula, tem um trampo que não tem nada a ver, ou faz michê...

Considerações finais.
Gostaria de convidar os amigos a irem aos próximos shows do Baranga. Já estão indo vinte pessoas, com você já são vinte e um, quem sabe mais alguém lendo serão vinte e dois (risos). Valeu pela força que a Rocker está sempre dando para o underground!

* por Eduardo de Souza 


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