O DESPERTAR
Fábio Levatti (Arttéria)
A história da banda Arttéria começa 1997. Na época a banda tinha outro nome e após seis anos de estrada decidiram mudá-lo. O antigo nome, “Canalhas Ordinários”, muitas vezes dava a impressão errada sobre a proposta musical do grupo, que sempre prezou pela qualidade sonora e poética das canções. Como Arttéria prosseguem em sua caminhada baseando seu trabalho no rock, fundamentado em melodias bem desenvolvidas, letras elaboradas, que abordam os mais diversos assuntos. No ano passado a banda aprovou um Projeto de Lei de Incentivo à Cultura, junto ao Ministério da Cultura, em Brasília, que possibilitou a gravação, mixagem e masterização do do disco 'Despertar' nos Estúdios Mosh (SP). Contaram com a participação especial de Paulo Zinner entre outros. Conversamos com o guitarrista Fábio Levatti sobre isso e muito mais.
Por que a banda trocou de nome?
Porque muita gente achava que nós éramos uma banda que só tocava músicas engraçadas e isso só aconteceu durante o início da banda em 1997. A partir de 98, eu e o Erik começamos a compor canções que abordavam os mais diferentes temas e foi daí em diante que começamos a nos incomodar com o antigo nome.
Musicalmente, há alguma diferença entre Canalhas Ordinários e Arttéria?
Sim. Acho que estamos tocando melhor, estamos também mais maduros, com as mentes mais abertas para todos os tipos de som. Isso é ótimo, pois quando conseguimos nos libertar dos preconceitos o resultado do trabalho é muito melhor. E a gente só consegue se libertar desses preconceitos na medida em que vamos envelhecendo e ficando mais experientes.
Comente a entrada de Zé Ruivo na banda.
O Zé tinha acabado se sair de sua antiga banda (Gregos & Troianos), que por acaso ensaiava no meu estúdio, e eu, então, logo o convidei para entrar na nossa banda, pois desde a primeira vez que o vi tocar fiquei muito impressionado. Ele realmente é muito bom.
Fale sobre o novo disco. Como rolou o incentivo pela Lei Rouanet?
O disco foi muito bem produzido. Nós passamos 10 meses ensaiando, gravamos no Mosh com técnicos e equipamentos maravilhosos, contratamos o Mauro Ghan, que fez um trabalho fantástico de produção, as fotos e a arte ficaram muito boas, e a banda tocou com muita alma. O que resultou num disco sincero com o verdadeiro espírito rock n' roll. Quanto à Lei, soubemos da possibilidade de um projeto de incentivo fiscal para nos apoiar em todo o processo de produção do disco. A partir daí, buscamos um investidor e aprovamos nosso Projeto Cultural no Ministério da Cultura. Hoje somos testemunhas da importância e da eficiência do incentivo cultural. Aproveito para agradecer o amigo Peter Gottschalk (Wheaton) pela confiança e pela oportunidade de desenvolver um trabalho tão gratificante e de realizar um sonho.
Como está o cenário para as bandas independentes?
Está mais forte do que nunca, graças ao "tiro que saiu pela culatra" das grandes gravadoras que viciaram toda a Indústria Fonográfica com esse maldito "jabá". Existem muitas bandas boas independentes por aí conseguindo um lugar ao Sol, graças aos seus próprios esforços e a sua criatividade. Existem também casas de shows, revistas, sites, fanzines e até emissoras de rádio e TV que apoiam bandas novas sem pedir nada em troca.
Que vocês acham desta história de jabá?
Uma grande merda, mas que está ajudando as bandas a perceberem sua força. O mercado depende muito mais das bandas do que as bandas do mercado. O jabá só não foi extinto ainda porque existem muitas pessoas interessadas em sua permanência, como muitos donos de rádios, que ganharam dinheiro como nunca, e os "artistas" que não têm chance nenhuma de manter sua carreira por seu próprio talento (aliás, desses o mercado está cheio). Basta ligarmos a TV para vermos esses "artistas", que curiosamente são muitas vezes filhos de artistas famosos, de donos de gravadora, de empresários, etc., ocupando o espaço daqueles que realmente têm talento e empobrecendo a cultura nacional.
Por que 'Despertar'?
"Despertar" é a música que abre o disco e foi composta pelo Erik. Nós achamos que ela é a música que mais pode explicar aquilo que queremos passar para as pessoas através de nosso som e, além do mais, o próprio nome é muito sugestivo. Acho que cada um deve saber em algum momento de sua vida a hora certa para "Despertar".
Houve alguma participação especial no CD?
Ficamos muito felizes em contar com a participação do Paulo Zinner, que tocou bateria na música "Quartzo Rosa". Ele é o melhor baterista do rock nacional com certeza, foi uma grande honra mesmo. O meu irmão Rogério Levatti tocou bandolim em duas faixas: "Fortaleza-Paraíso" e "Dani" e ainda fez um duelo de guitarras comigo em "Uma Noite Pra Pensar", com muito talento e competência.
Alguma surpresa no show de lançamento?
Fizemos um show de pré-lançamento do disco e foi muito legal. O locutor "Cadu", da 89FM, estava lá e animou a festa. A banda "Jafer Blue" abriu o nosso show, o Paulo Zappa, da Brasil 2000, e o meu irmão fizeram uma jam conosco. Durante o nosso show, tocamos as músicas do disco "Despertar", algumas da época do "Canalhas", além de clássicos do rock, que não podem faltar. Pretendemos fazer um show de lançamento pra valer no final de março ou no começo de abril, quando o disco deve começar a chegar nas lojas.
Quais são os projetos e expectativas para este ano?
A ordem agora é divulgar esse trabalho. Vamos fazer o maior número de shows possível e tentar colocar a nossa música pra tocar nas rádios (sem pagar jabá). Já temos muitas músicas prontas para o próximo disco e queremos entrar em estúdio para acertá-las no segundo semestre. Talvez já no início do ano que vem a gente comece a gravar o nosso segundo disco, vamos trabalhar muito pra isso.
É verdade que vocês pretendiam entrar no Guiness?
Sim. Nós queríamos fazer o mais longo show de rock da história, mas quando ficamos sabendo que o recorde era de 40 horas tocando sem parar, nós desistimos. Que outros loucos o façam! (risos)
Considerações finais.
Muito obrigado por nos dar a oportunidade de falar de nosso trabalho. As perguntas foram ótimas e você sabe mais do que ninguém que a Rocker Magazine faz parte da história da banda Arttéria. Valeu mesmo!!!!
* por Eduardo de Souza
A história da banda Arttéria começa 1997. Na época a banda tinha outro nome e após seis anos de estrada decidiram mudá-lo. O antigo nome, “Canalhas Ordinários”, muitas vezes dava a impressão errada sobre a proposta musical do grupo, que sempre prezou pela qualidade sonora e poética das canções. Como Arttéria prosseguem em sua caminhada baseando seu trabalho no rock, fundamentado em melodias bem desenvolvidas, letras elaboradas, que abordam os mais diversos assuntos. No ano passado a banda aprovou um Projeto de Lei de Incentivo à Cultura, junto ao Ministério da Cultura, em Brasília, que possibilitou a gravação, mixagem e masterização do do disco 'Despertar' nos Estúdios Mosh (SP). Contaram com a participação especial de Paulo Zinner entre outros. Conversamos com o guitarrista Fábio Levatti sobre isso e muito mais.
Por que a banda trocou de nome?
Porque muita gente achava que nós éramos uma banda que só tocava músicas engraçadas e isso só aconteceu durante o início da banda em 1997. A partir de 98, eu e o Erik começamos a compor canções que abordavam os mais diferentes temas e foi daí em diante que começamos a nos incomodar com o antigo nome.
Musicalmente, há alguma diferença entre Canalhas Ordinários e Arttéria?
Sim. Acho que estamos tocando melhor, estamos também mais maduros, com as mentes mais abertas para todos os tipos de som. Isso é ótimo, pois quando conseguimos nos libertar dos preconceitos o resultado do trabalho é muito melhor. E a gente só consegue se libertar desses preconceitos na medida em que vamos envelhecendo e ficando mais experientes.
Comente a entrada de Zé Ruivo na banda.
O Zé tinha acabado se sair de sua antiga banda (Gregos & Troianos), que por acaso ensaiava no meu estúdio, e eu, então, logo o convidei para entrar na nossa banda, pois desde a primeira vez que o vi tocar fiquei muito impressionado. Ele realmente é muito bom.
Fale sobre o novo disco. Como rolou o incentivo pela Lei Rouanet?
O disco foi muito bem produzido. Nós passamos 10 meses ensaiando, gravamos no Mosh com técnicos e equipamentos maravilhosos, contratamos o Mauro Ghan, que fez um trabalho fantástico de produção, as fotos e a arte ficaram muito boas, e a banda tocou com muita alma. O que resultou num disco sincero com o verdadeiro espírito rock n' roll. Quanto à Lei, soubemos da possibilidade de um projeto de incentivo fiscal para nos apoiar em todo o processo de produção do disco. A partir daí, buscamos um investidor e aprovamos nosso Projeto Cultural no Ministério da Cultura. Hoje somos testemunhas da importância e da eficiência do incentivo cultural. Aproveito para agradecer o amigo Peter Gottschalk (Wheaton) pela confiança e pela oportunidade de desenvolver um trabalho tão gratificante e de realizar um sonho.
Como está o cenário para as bandas independentes?
Está mais forte do que nunca, graças ao "tiro que saiu pela culatra" das grandes gravadoras que viciaram toda a Indústria Fonográfica com esse maldito "jabá". Existem muitas bandas boas independentes por aí conseguindo um lugar ao Sol, graças aos seus próprios esforços e a sua criatividade. Existem também casas de shows, revistas, sites, fanzines e até emissoras de rádio e TV que apoiam bandas novas sem pedir nada em troca.
Que vocês acham desta história de jabá?
Uma grande merda, mas que está ajudando as bandas a perceberem sua força. O mercado depende muito mais das bandas do que as bandas do mercado. O jabá só não foi extinto ainda porque existem muitas pessoas interessadas em sua permanência, como muitos donos de rádios, que ganharam dinheiro como nunca, e os "artistas" que não têm chance nenhuma de manter sua carreira por seu próprio talento (aliás, desses o mercado está cheio). Basta ligarmos a TV para vermos esses "artistas", que curiosamente são muitas vezes filhos de artistas famosos, de donos de gravadora, de empresários, etc., ocupando o espaço daqueles que realmente têm talento e empobrecendo a cultura nacional.
Por que 'Despertar'?
"Despertar" é a música que abre o disco e foi composta pelo Erik. Nós achamos que ela é a música que mais pode explicar aquilo que queremos passar para as pessoas através de nosso som e, além do mais, o próprio nome é muito sugestivo. Acho que cada um deve saber em algum momento de sua vida a hora certa para "Despertar".
Houve alguma participação especial no CD?
Ficamos muito felizes em contar com a participação do Paulo Zinner, que tocou bateria na música "Quartzo Rosa". Ele é o melhor baterista do rock nacional com certeza, foi uma grande honra mesmo. O meu irmão Rogério Levatti tocou bandolim em duas faixas: "Fortaleza-Paraíso" e "Dani" e ainda fez um duelo de guitarras comigo em "Uma Noite Pra Pensar", com muito talento e competência.
Alguma surpresa no show de lançamento?
Fizemos um show de pré-lançamento do disco e foi muito legal. O locutor "Cadu", da 89FM, estava lá e animou a festa. A banda "Jafer Blue" abriu o nosso show, o Paulo Zappa, da Brasil 2000, e o meu irmão fizeram uma jam conosco. Durante o nosso show, tocamos as músicas do disco "Despertar", algumas da época do "Canalhas", além de clássicos do rock, que não podem faltar. Pretendemos fazer um show de lançamento pra valer no final de março ou no começo de abril, quando o disco deve começar a chegar nas lojas.
Quais são os projetos e expectativas para este ano?
A ordem agora é divulgar esse trabalho. Vamos fazer o maior número de shows possível e tentar colocar a nossa música pra tocar nas rádios (sem pagar jabá). Já temos muitas músicas prontas para o próximo disco e queremos entrar em estúdio para acertá-las no segundo semestre. Talvez já no início do ano que vem a gente comece a gravar o nosso segundo disco, vamos trabalhar muito pra isso.
É verdade que vocês pretendiam entrar no Guiness?
Sim. Nós queríamos fazer o mais longo show de rock da história, mas quando ficamos sabendo que o recorde era de 40 horas tocando sem parar, nós desistimos. Que outros loucos o façam! (risos)
Considerações finais.
Muito obrigado por nos dar a oportunidade de falar de nosso trabalho. As perguntas foram ótimas e você sabe mais do que ninguém que a Rocker Magazine faz parte da história da banda Arttéria. Valeu mesmo!!!!
* por Eduardo de Souza
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