CIRANDA ROCK

Fred e Matheus (Tatoorana)
Com quase dois anos de estrada a banda paulistana Tatoorana está na luta para divulgar "Ciranda", o primeiro CD-Demo da banda, com 12 músicas em português, todas de autoria própria. A banda se diz influenciada pelo rock internacional, especialmente por bandas dos anos 90. Com o CD na mão e muita energia no palco o Tatoorana quer ir além dos horizontes da zona norte de São Paulo e fazer crescer seu nome, sua fama e sua música. 


Em 1996 a banda se chamava Lexotan, mas após a saída do primeiro vocalista resolveram mudar pra Tatoorana. Por que este nome?
Fred: Acho que na verdade a gente nunca teve um nome fixo assim, por muito tempo. E isso além de nos incomodar, passou a incomodar também nossos amigos, nossa família. Então um dia meu irmão falou que Tatoorana era um nome legal pra banda, com os dois Os no lugar do U. Falei pros caras e todo mundo gostou, pegou.

Por que aconteceram tantas mudanças na formação? Isso não prejudicou bastante?
Fred: Com certeza prejudicou, mas teve uma parcela de ajuda também. Se não tivéssemos a experiência de ter vivido todas as outras fases, talvez não estivéssemos aqui. Quer dizer, as formações passadas foram fundamentais pra gente saber que nós quatro é que somos o Tatoorana.

Após 8 anos de formação, 2004 é um ano super importante porquê vocês conseguiram lançar o CD de estréia. Contem pra gente como estão se sentido e se gostaram do resultado final deste trabalho.
Fred: A gente está se sentindo acima de tudo feliz e realizado com todo o processo que rolou. Mas ao mesmo tempo muito ansiosos pra ver o resultado prático de tudo isso. Está só começando. O resultado final não é só o disco na mão.

Por que batizaram o CD com o nome Ciranda?
Fred: Essa foi uma das poucas decisões rápidas da banda. Foi o primeiro e único nome considerado pro disco. Uma vez li no dicionário que “ciranda” quer dizer, ao mesmo tempo, “dança de roda infantil” e “dança de roda adulta, com trovas”. E “trovas” quer dizer “música mais ou menos popular”. E eu gostei desse lance de ser adulto, infantil e mais ou menos popular, acho que tem tudo a ver com a gente. Aí, falei o nome e ninguém se opôs.

Como tem sido a aceitação de imprensa e público?
Fred: Apesar de ainda estar no começo, acho que o pessoal tem gostado bastante. No boca-a-boca o pessoal tem comparecido legal aos nossos shows e por parte de mídia estamos começando a receber as primeiras opiniões agora.

Fora a falta de grana, quais as principais dificuldades passaram até conseguirem lançar este álbum?
Fred: Nós quatro formamos a banda por gostarmos de música, então fomos nos enfiando aos poucos neste meio. A gente nunca teve um cara próximo de contato nesse meio, um cara que levantasse a nossa bola pra alguém, coisa que já ajudou bastante gente por aí. Acho que isso atrapalhou um pouco, mas nunca nos abalou o bastante. Mas, com certeza, a falta de grana foi o principal.

Vocês gravaram no estúdio DaTribo, em São Paulo. Em quanto tempo as gravações foram feitas e o que mais acharam complicado?
Matheus: As gravações foram feitas em sete meses, já tínhamos tudo pronto para fazer as gravações, estava tudo ensaiado, gravar os instrumentos e as vozes foi relativamente fácil, apesar de nenhum de nós quatro ter tido experiências anteriores em gravar, da forma que gravamos. Contamos com o suporte de duas pessoas com bastante experiência nisso, que foi o Ciero e o Tchelo, ambos do DaTribo, a parte realmente difícil é a mixagem e masterização, pois você acaba fazendo várias para chegar onde se imaginou no começo.

Por que resolveram escolher o DaTribo para gravarem?
Matheus: Chegamos lá por indicação de um amigo meu que estava gravando o CD da banda dele no DaTribo, ele falou muito bem do trabalho que estavam fazendo. Eu e o Fred fomos lá para conhecer o estúdio e conversar sobre valores e outras coisas. Ao chegarmos lá, conhecemos o Ciero que nos mostrou o estúdio e trabalhos feitos por ele. Ficamos bastante empolgados com tudo e conversamos com o resto da banda, a decisão foi unânime.

Como tem sido a distribuição deste álbum? Onde a galera poderá encontrar pra comprar?
Fred: Por enquanto estamos vendendo só nos shows e, em breve, vamos vender pelo nosso site também. O objetivo de ter o CD na mão é esse também: buscar contatos pra gente começar a ganhar terreno em todo esse lado mais burocrático.

As letras do Tatoorana são em português e hoje em dia a banda é rock n’roll. Por que optaram cantar em português e mudaram completamente o estilo, já que no início vocês eram bem grunges?
Fred: Não vejo uma mudança completa no estilo assim. Tanto que uma melodia da fase que cantávamos em inglês se transformou em “Bom Dia”, a primeira música do disco. A evolução musical foi natural, já que uns 4 anos se passaram desde então, novos elementos foram surgindo aos poucos e as letras em português tiveram um grande efeito sobre isso. A mudança do idioma foi uma vontade da banda, que queria aprender a compor algo legal na própria língua. O inglês limitava muito às vezes.

Quais mensagens querem passar para as pessoas que ouvirem suas músicas?
Fred: Acho que a mensagem geral do Tatoorana é ser feliz, acima de tudo, apesar de isso parecer meio piegas. Mas é fazer as coisas que tem vontade, seja chorar ou rir, não importa. E que tudo tem seu tempo.

Quais as principais influências incluídas neste trabalho?
Fred: Tudo. Pra mim, que estou dentro do processo, é muito difícil definir isso. E como tudo me influência pra compor 24 horas por dia, não sei dizer mesmo. É simplesmente Rock, como a gente diz.

“Ciranda” tem músicas que tocariam facilmente nas rádios. Vocês ainda não levaram este material pros caras?
Fred: Concordo com você. Estamos em processo de entrega, por assim dizer.

Vocês dizem no final do release do CD: “Agora é pé na estrada...”. Estão agendando muitos shows? 
Fred: Devagar e sempre. O mercado é foda; posso falar foda?...

(risos)... pode! 
Fred: Ainda mais pra quem tenta se lançar assim com rock, com composições próprias. No entanto, como já falei, tem muita gente ouvindo e gostando do disco. Algumas conversas tão rolando também e, em breve, esperamos ter algumas novidades fortes.

Na opinião de vocês, o que falta pro cenário independente nacional ser mais unido?
Matheus: Muita coisa está rolando, sempre tem um festival aqui outro ali, isso possibilita que bandas como nós aumente nosso público, pois rola um intercâmbio de fãs. Temos nosso público, pequeno, mas fiel e isso rola com outras bandas que estão no mesmo barco que nós. Acredito que esses festivais precisam ser mais bem divulgados e melhor planejados, e que de chance para todos.

Quando conheci vocês e os entrevistei, em 2001, já tinham até fã-clube. Qual o nome mesmo? Ele continua na ativa? 
Fred: É o Tatoorana Oficial Fã-Clube. Ele está ativo, mas foi mais uma brincadeira dos nossos amigos. No entanto, ele tá aí e nada impede de quem quiser se cadastrar e ter alguns privilégios no futuro, quando a gente conseguir isso.

Quais são os planos para o futuro do Tatoorana?
Fred: Tocar, tocar, tocar. Mostrar a nossa cara em tudo quanto é lugar.

Obrigada pela entrevista, estou muito contente por vocês e desejo sucesso a todos. Continuem humildes e não deixem a peteca cair jamais. Aproveitem pra deixar uma mensagem aos leitores do site. 
Fred: Antes de mais nada, valeu Gisele pelo eterno apoio. Pode contar com a gente aí, e contamos com você também. E, pessoal, estamos aí na correria, procurando nosso espaço, e vamos entrar na primeira brecha que abrir. Compareçam aos nossos shows, ouçam nossas músicas. Tatoorana é música! Até breve.

* por Gisele Santos 

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