O Diabo versus o Aristo-Junkie
Antes mesmo do advento das redes sociais e do culto à personalidade, a história do rock já apresentava um grande espectro de lendas e subcelebridades fascinantes – dignas de reverência no programa da Sonia Abrão. Considerando a árvore genealógica musical, tudo começou com Robert Johnson, o primeiro guitar hero e talvez o mais influente de todos os tempos. Johnson consagrou os doze compassos do blues e com 29 composições deixou seu legado para a posterioridade. Podemos dizer que ele foi precursor do estilo de vida "sex, drugs and rock 'n' roll" e também do "live fast, die young".
Infelizmente, Johnson morreu aos 27 anos de idade em 1938. Não se sabe ao certo a 'causa mortis' do músico, mas suspeita-se do excesso de whisky, da sífilis, de um marido traído que o teria envenenado. Independente da sua versão favorita, ninguém tem dúvida, o causador da morte foi o Demônio, a quem Robert teria vendido a alma em troca de seu talento, numa encruzilhada do Mississipi. Ao levar a alma de Robert, o Diabo se tornou o primeiro personagem a ganhar notoriedade às custas do sucesso de um rock star.
Algumas décadas depois, nos anos 60 do século XX, um jovem francês foi capaz de rivalizar com o Satanás onde, de acordo com rumores do underground, suspeita-se que ele tenha superado o Cramunhão com um pocker-trick de valete. Herdeiro de um império de comunicação com forte ação no Norte da África, Jean de Breteuil era um playboy aristocrata vislumbrado com o estilo de vida dos astros do rock americanos e ingleses, de quem se aproximou se tornando amigo e traficante ao trazer de Marrocos a heroína mais pura que se teve notícia, a 'China White'.
Viciado no produto que ele próprio vendia, o Aristo-Junkie, como ficou conhecido, frequentou os mais importantes circuitos de celebridades daquela época e sua lenda era conhecida apenas no submundo das estrelas, porém, seu nome de ganhou notoriedade no mainstream em 2014, quando Marianne Faithfull afirmou em entrevista à Mojo Magazine que Jean de Breteul matou Jim Morrison, vocalista do The Doors. De acordo com Marianne, Jean levou a heroína superpura para Jim, onde ambos fizeram uso da droga. O francês estaria no apartamento do cantor no momento da overdose. Jim morreu aos 27 anos de idade, em 1971. Faithfull estava namorando com Jean de Breteul naqueles dias e teria sido convidada a participar da festinha, mas teve um mal pressentimento e inventou uma desculpa para não ir ao encontro no apartamento de Morrison.
Não foi a primeira vez que o nome de de Jean foi ligado à Morrison. Em 2009, Phillip Steele publicou 'Os últimos dias de Jim Morrison' onde afirmou que o Aristo-Junkie foi uma das primeiras pessoas a ver o corpo de Morrison morto na banheira. O autor do livro conviveu com o vocalista do The Doors e sua companheira Pamela, em Paris naquele tempo. A versão de Phillip Steele para essa história é mais escandalosa. Em sua obra insinua que Jean tinha um caso com Pamela e, por isso, ele a havia presenteado com a 'China White'. Jim teria achado a heroína e a cheirado, pensando que fosse cocaína. Quando Pam voltou ao apartamento encontrou o corpo. E quem foi a primeira pessoa para quem ela ligou? De Breteul.
Duas testemunhas, um superstar morto e o traficante da heroína mais pura e poderosa do mundo do rock. Mas isso não foi suficiente para criar a lenda do Aristo-junkie. Sempre houve boatos de que a poderosa droga de Jean de Breteul teria feito mais vítimas entre seus clientes famosos da música. Afinal, meses antes, Janis Joplin havia sido encontrada morta em um quarto de hotel, vítima de uma overdose de heroína. Janis morreu aos 27 anos de idade, em 1970. Jimi Hendrix também foi encontrado morto, apenas 16 dias antes de Janis, afogado no seu próprio vômito, em circunstâncias que não foram esclarecidas, entretanto, sabe-se que Hendrix foi vítima de um coquetel de drogas, álcool e remédios para dormir. Jimi morreu aos 27 anos de idade, também em 1970. Um ano antes, Brian Jones, havia sido encontrado morto na piscina de sua casa. O relatório policial da época concluiu que a morte de Brian teria sido acidental. O ex-guitarrista dos Rolling Stones não teria usado drogas no dia do incidente, mas estava muito deprimido por ter sido expulso da banda de Mick Jagger poucas semanas antes. O motivo da expulsão? Seu vício em heroína. Jones morreu aos 27 anos de idade, em 1969.
Além de todos morrerem com 27 anos, os quatro jotas - Jim, Janis, Jimi e Jones - tinham em comum o mesmo traficante de heroína, Jean de Breteul, e suas mortes estavam direta ou indiretamente ligadas ao vício da droga. Teoria da Conspiração? Lenda urbana? Fake News? O Aristo-Junkie tinha muito dinheiro gostava de badalar com os amigos super astros e podia estar em qualquer lugar do mundo, mas, mesmo assim… Morrison morreu em Paris, Joplin em Hollywood, Hendrix e Brian Jones em diferentes cidades da Inglaterra. Além do mais o francês era muito jovem. Quando o ex-guitarrista dos Stones morreu em julho de 1969, Jean tinha apenas 19 anos. Por outro lado, o fato dele ter namorado Marianne Faithfull, ex de Jagger, demonstra sua proximidade com a banda britânica. Ah, claro, faltou dizer que Jean de Breteaul morreu em 1972, aos 22 anos, em Tanger, no Marrocos. Ele foi vítima do vício em sua própria droga. Live fast, die young. Como um buraco negro passou à margem da história do rock, apagando estrelas. O Aristo-Junkie queria tanto viver como um rockstar que acabou roubando deles a vida.
No placar de almas arrebatadas, Jean de Breteul 4 x 1 Demônio. Faltou dizer que de Breteul teve um cliente famoso que sobreviveu ao vício da China White. Foi o outro Rolling Stone, Keith Richards. Mas esse sobreviveu a tudo, não é mesmo? Alguém tem que ficar para contar história e apagar as luzes da raça humana.
Infelizmente, Johnson morreu aos 27 anos de idade em 1938. Não se sabe ao certo a 'causa mortis' do músico, mas suspeita-se do excesso de whisky, da sífilis, de um marido traído que o teria envenenado. Independente da sua versão favorita, ninguém tem dúvida, o causador da morte foi o Demônio, a quem Robert teria vendido a alma em troca de seu talento, numa encruzilhada do Mississipi. Ao levar a alma de Robert, o Diabo se tornou o primeiro personagem a ganhar notoriedade às custas do sucesso de um rock star.
Algumas décadas depois, nos anos 60 do século XX, um jovem francês foi capaz de rivalizar com o Satanás onde, de acordo com rumores do underground, suspeita-se que ele tenha superado o Cramunhão com um pocker-trick de valete. Herdeiro de um império de comunicação com forte ação no Norte da África, Jean de Breteuil era um playboy aristocrata vislumbrado com o estilo de vida dos astros do rock americanos e ingleses, de quem se aproximou se tornando amigo e traficante ao trazer de Marrocos a heroína mais pura que se teve notícia, a 'China White'.
Viciado no produto que ele próprio vendia, o Aristo-Junkie, como ficou conhecido, frequentou os mais importantes circuitos de celebridades daquela época e sua lenda era conhecida apenas no submundo das estrelas, porém, seu nome de ganhou notoriedade no mainstream em 2014, quando Marianne Faithfull afirmou em entrevista à Mojo Magazine que Jean de Breteul matou Jim Morrison, vocalista do The Doors. De acordo com Marianne, Jean levou a heroína superpura para Jim, onde ambos fizeram uso da droga. O francês estaria no apartamento do cantor no momento da overdose. Jim morreu aos 27 anos de idade, em 1971. Faithfull estava namorando com Jean de Breteul naqueles dias e teria sido convidada a participar da festinha, mas teve um mal pressentimento e inventou uma desculpa para não ir ao encontro no apartamento de Morrison.
Não foi a primeira vez que o nome de de Jean foi ligado à Morrison. Em 2009, Phillip Steele publicou 'Os últimos dias de Jim Morrison' onde afirmou que o Aristo-Junkie foi uma das primeiras pessoas a ver o corpo de Morrison morto na banheira. O autor do livro conviveu com o vocalista do The Doors e sua companheira Pamela, em Paris naquele tempo. A versão de Phillip Steele para essa história é mais escandalosa. Em sua obra insinua que Jean tinha um caso com Pamela e, por isso, ele a havia presenteado com a 'China White'. Jim teria achado a heroína e a cheirado, pensando que fosse cocaína. Quando Pam voltou ao apartamento encontrou o corpo. E quem foi a primeira pessoa para quem ela ligou? De Breteul.
Duas testemunhas, um superstar morto e o traficante da heroína mais pura e poderosa do mundo do rock. Mas isso não foi suficiente para criar a lenda do Aristo-junkie. Sempre houve boatos de que a poderosa droga de Jean de Breteul teria feito mais vítimas entre seus clientes famosos da música. Afinal, meses antes, Janis Joplin havia sido encontrada morta em um quarto de hotel, vítima de uma overdose de heroína. Janis morreu aos 27 anos de idade, em 1970. Jimi Hendrix também foi encontrado morto, apenas 16 dias antes de Janis, afogado no seu próprio vômito, em circunstâncias que não foram esclarecidas, entretanto, sabe-se que Hendrix foi vítima de um coquetel de drogas, álcool e remédios para dormir. Jimi morreu aos 27 anos de idade, também em 1970. Um ano antes, Brian Jones, havia sido encontrado morto na piscina de sua casa. O relatório policial da época concluiu que a morte de Brian teria sido acidental. O ex-guitarrista dos Rolling Stones não teria usado drogas no dia do incidente, mas estava muito deprimido por ter sido expulso da banda de Mick Jagger poucas semanas antes. O motivo da expulsão? Seu vício em heroína. Jones morreu aos 27 anos de idade, em 1969.
Além de todos morrerem com 27 anos, os quatro jotas - Jim, Janis, Jimi e Jones - tinham em comum o mesmo traficante de heroína, Jean de Breteul, e suas mortes estavam direta ou indiretamente ligadas ao vício da droga. Teoria da Conspiração? Lenda urbana? Fake News? O Aristo-Junkie tinha muito dinheiro gostava de badalar com os amigos super astros e podia estar em qualquer lugar do mundo, mas, mesmo assim… Morrison morreu em Paris, Joplin em Hollywood, Hendrix e Brian Jones em diferentes cidades da Inglaterra. Além do mais o francês era muito jovem. Quando o ex-guitarrista dos Stones morreu em julho de 1969, Jean tinha apenas 19 anos. Por outro lado, o fato dele ter namorado Marianne Faithfull, ex de Jagger, demonstra sua proximidade com a banda britânica. Ah, claro, faltou dizer que Jean de Breteaul morreu em 1972, aos 22 anos, em Tanger, no Marrocos. Ele foi vítima do vício em sua própria droga. Live fast, die young. Como um buraco negro passou à margem da história do rock, apagando estrelas. O Aristo-Junkie queria tanto viver como um rockstar que acabou roubando deles a vida.
No placar de almas arrebatadas, Jean de Breteul 4 x 1 Demônio. Faltou dizer que de Breteul teve um cliente famoso que sobreviveu ao vício da China White. Foi o outro Rolling Stone, Keith Richards. Mas esse sobreviveu a tudo, não é mesmo? Alguém tem que ficar para contar história e apagar as luzes da raça humana.
Gostei muito da postagem! Mas cheguei aqui procurando meu antigo luthier Rock do Jabaquara, em Sampa. É ele quem escreve aqui? Abraços!
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